quarta-feira, 2 de agosto de 2017

domingo, 16 de julho de 2017

A comunidade dos Amigos de Jesus, em Washington, capital dos Estados Unidos

Os Amigos de Jesus é uma comunidade Quaker localizada em Washington e nos estados de Maryland e Virgínia, Estados Unidos.

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É uma comunidade engajada com o propósito de experimentar a presença de Jesus em seu meio. Procuram levar uma vida que demonstrem a realidade de  que Cristo está entre nós para ensinar a seu povo.

Procuram construir um elo de amizade em que exploram a leitura da Bíblia, a oração em grupo e a experiência da presença viva de Deus. Procuram criar um círculo de amigos que abrange a diversidade das cidades onde estão presentes, unidos no Espírito. Almejam participar no trabalho de reconciliação de Jesus em quebrar barreiras entre brancos e negros, ricos e pobres, imigrantes e recém-chegados, gays e héteros, homens e mulheres, jovens e velhos.

Descrevem como sua missão ser uma comunidade de amor que ouve e responde a Jesus enquanto o experimentam em seu coração e seu meio. Procuram amparar uns aos outros para descobrir e usar os dons espirituais.; aprender a seguir a Jesus em sua vida no dia a dia; e vivem como pacifistas, agentes da justiça de Deus e da reconciliação.

Fonte: http://dcmetro.friendsofjesusfellowship.org/about-us/

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Lidando com o medo e a culpa


Este é um vídeo do Quaker Speak, uma série de vídeos semanais transmitidas através do Youtube que reúne testemunhos dos Quakers acerca do significado de sua fé. No vídeo intitulado "Uma vida acima da culpa e do medo", Ross Hennesy, da Comunidade dos Amigos em Germantown, na Filadélfia (E.U.A.) afirma que a razão de ser Quaker é acreditar que há a possibilidade de uma vida além do medo e da culpa. Hennesy acredita que há um potencial pra promovermos nossa capacidade interna para a sabedoria e compaixão que muda nosso centro - centro que está no assento da direção de nossas vidas, agora e no futuro. Desta forma, isso começa a se manifestar em uma vida realmente criativa e corajosa. Houve um tempo na vida em que Hennesy queria golpear o medo em seu coração e percebeu que o que estava fazendo era tentar ignorar e sublimar essas emoções e sentimentos muito fortes que acabavam aflorando, mesmo que se esforçasse para que não os sentisse, tal como acontece a uma bola na piscina, que não consegue se manter no fundo, ainda que à força. Então percebeu que, através da reverência/adoração, ele poderia convidar seu medo e sua culpa para conversarem sem que eles o controlassem, sem determinarem o modo como se comportava e agia e eles começaram a diminuir. E enquanto aquelas paixões diminuíam, o que começou a descobrir foi a capacidade de ter compaixão ou empatia ou de co-sofrimento que está latente lá dentro.  E assim, os encontros para reverência ou adoração, enquanto se tem esta brasa ardente dentro de si, faz com com que você a sopre e ela se torne cada vez mais brilhante. É por isso que João 4:18 diz que o perfeito amor lança fora o medo, lembra Hennesy. O oposto do amor não é o ódio, mas  o medo. Falando sobre a disciplina dos encontros de adoração/reverência silenciosa,  afirma que participar dos encontros só faz sentido em um contexto onde alguém tenha certa disciplina ao longo da semana, onde se permita que aqueles medos, aqueles deveres, aquelas  necessidades, aquelas dores causadas pela culpa e também por nossos críticos interiores, possam aflorar e serem envolvido pela luz de tal forma que percam sua autoridade (tradução livre). 

terça-feira, 26 de julho de 2016

Comentando "A falácia da justiça social", de Carl Teichrib

Eu acredito na importância da compaixão, mas dizer que pura compaixão é o que a bíblia recomenda ao invés de justiça social é ver as coisas por uma ótica própria, adequada aos seus conceitos e preconceitos, como o faz Carl Teichrib no artigo intitulado "A falácia da justiça social". Além disso, não creio como ver compaixão desatrelada da justiça social, embora seja possível ver justiça social sem compaixão, quando aqueles que, seduzidos pelo brilhos de sua posição política ou privilegiada, acabam se esquecendo de cumprir tudo o que prometeram enquanto almejavam o poder, sendo este um dos poucos pontos em que concordo com Teichrib. 

O fato de a justiça social ser usada para justificar a violência de algumas revoluções, seja a ela a francesa ou a comunista não anula o fato de que há os que lutam pela justiça social sem o uso de violência e de forma pacífica, tais como Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King, Dorothy Day, bispo Desmond Tutu, Leon Tolstoi, os Quakers e alguns grupos menonitas que assim o fizeram ou fazem. 

Logo, Carl Teichrib, peca por tomar as más ações de algum grupo como um princípio aplicável a todos que lutam por justiça social. É a mesma coisa de rotular a fé como algo ruim, só porque algumas religiões ou religiosos agem mal em nome da fé. Mas eu não creio que Teichrib, enquanto menonita e cristão, pense na fé dessa forma.

Além disso, da mesma forma que Teichrib usa a bíblia para fundamentar suas opiniões contra a justiça social, encontramos na mesma bíblia muitos versos que defendem a mesma justiça renegada pelo autor. Em alguns dos versos bíblicos abaixo, está muito claro o nosso dever em erguer nossa voz em prol dos direitos dos pobres e dos indigentes.
“Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.” Salmos 41:1.  
 Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. - Salmos 82:2-4. 
Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. - Salmos 112:9.
“O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado.” Provérbios 14:31. 
 "Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o protetor dos direitos de todos os desamparados! Ergue a tua voz e julga com justiça, defende o pobre e o necessitado” Provérbios 31: 8,9.
“Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia. O Senhor te guiará continuamente, e te fartará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca falham.” Isaías 58: 7-11. 
A bíblia também adverte contra negar direito aos necessitados:
"Pois sei que são muitas as vossas transgressões, e graves os vossos pecados; afligis o justo, aceitais peitas, e na porta negais o direito aos necessitados" Amós 5;12. 
Quando Provérbios 31: 8, 9 recomenda que sejamos o protetor de todos os desamparados, está claro no escopo e no contexto de nosso mundo cheio de injustiças quem são esses desamparados (pobres, não-brancos, minorias de sexo e gênero, etc.).

A justiça divina é fruto da compaixão e da misericórdia de Deus, ao contrário do que a tradição cristã tem ajudado a perpetuar através da imagem de um Deus vingativo e irado, pronto a mandar todo mundo para o inferno. Ao contrário, a justiça divina busca reparar, restituir, tal como Deus espera que nós o façamos com nossos semelhantes: 
 “Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene.”Amós 5:24.
E Jesus é muito claro sobre quem ele e seu Pai considerarão como seus, ao dizer que quando assim fizermos aos outros conforme as suas necessidades, estamos de fato fazendo a ele:
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. - Mateus 25:35,36
Diga-se mais: só porque o termo justiça social tenha sido cunhado apenas no século XIX, conforme Teichrib, não quer dizer que a ideia já não tenha sido propagada, cultivada e divulgada antes. Os Quakers no século XVII já defendiam o fim da escravidão e já praticavam a igualdade entre homens e mulheres. Os cristãos do primeiro século, após o pentecostes, possuam uma prática, cunhadas na fé e no amor, que muita lembra o socialismo contemporâneo:

E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. - Atos 4:32. 
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. - Atos 4:34,35
Eu não sou de esquerda radical, nem de extrema direita, defendo que a criação de riquezas gera riquezas, como defendem os liberais da direita. Acho, por outro lado, que é sempre hora de o Estado intervir, quando injustiças sociais são criadas e perpetuadas. A grande questão é que, quer esta riqueza seja gerenciada pelo Estado, quer por homens talentosos em criar fortunas no chamado livre mercado, temos um dever moral de promover a justiça entre os mais pobres e oprimidos. É tentador ansiar pelo poder político tanto quanto gerar grandes capitais, o risco é de, que aqueles que anseiam pelo poder como fizeram alguns socialistas/comunistas, ou dos que criam riquezas conforme os ideais do capitalismo, esqueçam exatamente do dever moral que temos com os mais fracos, com os esquecidos, com os pobres, com os marginais. Ser de esquerda ou de direita não anula o dever moral de se promover a justiça.

Leia AQUI o texto de Carl Teichrib e tire você mesmo suas conclusões.

Sergio de Moura

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Amando o feio

Só ama exclusivamente o belo quem é cego aos limites do amor. O belo é uma utopia do perfeito e nesta utopia não há espaço para meio termos, tons de cinzas nem para as assimetrias, rostos tortos, cardo e espinhos. O feio é narciso rejeitando sua imagem e semelhança no espelho, porque narciso é limitado e só ama o que é belo. O negro é feio. O asiático é feio. O gay é feio. Ser mulher é feio porque sempre se acreditou que o sexo feminino é frágil e como no belo só se ama a perfeição dos mais fortes, o frágil é feio. O gordo é feio. O deficiente é feio. Quem não tem o rosto ou o corpo com as simetrias clássicas do padrão grego da antiguidade, sinônimo de civilização, é feio. O índio é feio. O pobre é feio. O bárbaro é feio. O grande problema de se amar apenas o que é belo é a perpetuidade das injustiças e sem justiça social, nunca teremos um mundo melhor. Amar o feio é amar o seu próximo, a julgar que os que aqui foram citados representa a maioria no mundo. Jesus deixou muito claro em sua resposta quem era seu próximo quando um fariseu lhe fizera tal pergunta: era exatamente aquele a quem todo judeu evitava e desprezava: um samaritano. Os samaritanos eram feios porque eram mestiços, impuros, inferiores. Mas Jesus não fez concessões. A mulher adúltera a quem quiseram apedrejar era feia, mas Jesus mostrou um padrão superior à rigidez da lei: o amor. Deviam amar aquela mulher pecadora, suja, digna de morte, porque todos que a queriam apedrejar eram igualmente feios, sujos e pecadores perante Deus. Então, a não ser que você tenha renunciado à justiça redentora que vem de Deus e optado por um sistema de justiça pessoal, recomendo que pare de apontar o dedo para os outros e passe primeiro a cuidar de suas próprias feridas. Depois de tê-las saradas, não saia por aí achando-se o guardião da moral e da justiça divinas, ajude àqueles que estão feridos a curarem suas feridas também.

Sergio Winter

domingo, 17 de julho de 2016


Valores Quakers: simplicidade, paz, integridade, comunidade, igualdade

sábado, 16 de julho de 2016

Raízes Cristãs

No artigo em inglês de Craig Barnett sobre as raízes cristã dos Quakers, o autor explica a diferença entre os Amigos e outros cristãos e explica o quê do "cristianismo" é rejeitado entre os Amigos contemporâneos. Quando os Quakers negam sua ligação com o cristianismo, não negam a Cristo, seu espírito ou seu reino, mas sim o sistema que nega com suas atitudes e práticas o fato de que o "Reino de Deus" já está entre nós.

O artigo pode ser lido no blog Transition Quaker.